Entre e descubra-nos!

"Descobrir o verdadeiro sentido das coisas é querer saber demais!" Fernando Anitelli



sábado, 29 de outubro de 2011

Mentes

Mente
Nesta madrugada de sábado,
Um silêncio invadiu a minha mente!
Ouço apenas as primeiras rabiscadas
Do meu velho lápis preto... e agora ouço mais.
No silêncio profundo, acabo ouvindo os gritos
Não tão abafados que saem da minha mente!
Que ecos sãos esses?
São ecos ou apenas respostas
Ao grito que eu nunca dei?
Minha mente às vezes mente!

Somente!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Ele, Ela e uma Xícara de Café

Num Café, onde ele relia velhos poemas
Em um livro já tracejado,
O vento frio trouxe à tona um perfume
Que tal como antes esquentou o seu velho coração.

Era o cheiro da História
Viva, vivida e vívida
Fazendo-o lembrar
O quanto o viver foi bom.

Mas de onde vinha o perfume?
De lugar algum!
Porque simplesmente ele nunca se foi.

E ela sentou ao seu lado, sorriu e pediu
Um verso e uma xícara de café
Para brindar toda a poesia que essa história tem.

Leandro Magrani

Por trás dos Véus

A nudez
Nua,
Crua,
Desgarrada,
Não dá vontade de ser agarrada.
Mas a nudez
Quando é semi,
Quase,
Incoberta por um véu de mistérios
À meia luz,
Ao meio tom,
Essa sim
Cativa,
É provocadora,
É provocante!

Leandro Magrani

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Soneto para o Azul

Que vontade análoga à curiosidade
De mergulhar nessa imensidão azul
Que desnorteia a uma ansiedade
Até quem se guia pela Cruz do Sul

Pois nesse espelho de claridade,
O querer entardecer nesse azul,
Ou marinhar-se ao fim da tarde,
Faz-me amanhecer em Cabul

No prazer da contemplação
Com o gosto do gosto a mais
Que batuca no coração

Para mergulhar nessa imensidão
Que tem gosto de querer mais
Entrego-me a uma nova razão.

Leandro Magrani

domingo, 16 de outubro de 2011

Para os que são e para os que estão!

Estava eu a pensar
Sobre o ofício que escolhi
E vi que poderia ter me enganado.

Pois o meu ofício
Exige muito de mim;
Exige compromisso;
Exige paciência;
Exige competência;
Exige ânimo;
Exige conhecimento.

E, sendo humano como sou,
Errante e cheio de falhas
Como outro qualquer,
Vi o quanto é custoso ser assim.

Por que quando se tem um ofício
Que não tem, para uns e outros,
O reconhecimento que deveria ter,
O valor que deveria ter,
E quando falo em valores
Amplio os significados.
Pois o meu ofício não é valorizado e tampouco valorado,
As dúvidas, indubitavelmente, pairam sobre nossas mentes.

Mas é diante de tudo isso
Que refleti sobre uma das coisas
Que trabalho em meu ofício:
Os verbos “ser “e “estar”!
Os dois são verbos de ligação,
Os dois ligam predicativos aos sujeitos,
Mas é aí que está a diferença,
Pois ao atribuir características aos sujeitos
Nota-se quem “é” professor
E quem “estar” professor!
E para os sujeitos que “estão” professores,
Eu aconselho que repensem, sim, as suas vidas e as suas escolhas,
E para os sujeitos que “são” professores, assim como eu,
Deixo os meus sinceros parabéns por terem, entre pedras e espinhos,
O dom de colher flores e frutos!

Um abraço!
Leandro Magrani

Abraço de boa noite

Antes de deitar
Sinta o meu abraço,
Pois mesmo de longe
Estarei velando o teu sono,
Colorindo os teus sonhos.

Porque tenho tintas raras
E de magia fiz um pincel
Que pinta flores.

Pinta rosas, orquídeas, margaridas.

Mas para o teu quadro
eu pinto o amor-perfeito.

E com essas flores
Eu te deixo.

E nessas flores
Eu te deito.

Durma sonho meu.

Boa noite!

Leandro Magrani

sábado, 15 de outubro de 2011

Renúncias

Pra toda escolha há uma renúncia
Era mais ou menos essa a ideia da música
Que eu dia que cantei para você!

Uma ideia que não passa de uma verdade!

Vi muitos que optaram por escolhas
E assim fizeram as suas renúncias.

Como eles são admiráveis aos meus olhos,
E tão diferentes de mim e o do que eu me tornei,
Pois eu optei por não renunciar,
Não me renunciar
E sempre ter escolhas,
Mas esse SEMPRE
Sempre tem um preço

E por acreditar que só se vive de uma vez
Hoje pago os meus pecados.

E hoje me pergunto se ainda
Ainda há tempo para renunciar
As minhas escolhas
E escolher as minhas renúncias.

Leandro Magrani

Para os que são e para os que estão!

Estava eu a pensar
Sobre o ofício que escolhi
E vi que poderia ter me enganado.

Pois o meu ofício
Exige muito de mim;
Exige compromisso;
Exige paciência;
Exige competência;
Exige ânimo;
Exige conhecimento.

E, sendo humano como sou,
Errante e cheio de falhas
Como outro qualquer,
Vi o quanto é custoso ser assim.

Por que quando se tem um ofício
Que não tem, para uns e outros,
O reconhecimento que deveria ter,
O valor que deveria ter,
E quando falo em valores
Amplio os significados.
Pois o meu ofício não é valorizado e tampouco valorado,
A dúvidas, indubitavelmente, pairam sobre nossas mentes.

Mas é diante de tudo isso
Que refleti sobre uma das coisas
Que trabalho em meu ofício:
Os verbos “ser “e “estar”!
Os dois são verbos de ligação,
Os dois ligam predicativos aos sujeitos,
Mas é aí que está a diferença,
Pois ao atribuir características aos sujeitos
Nota-se quem “é” professor
E quem “estar” professor!
E para os sujeitos que “estão” professores,
Eu aconselho que repensem, sim, as suas vidas e as suas escolhas,
E para os sujeitos que “são” professores, assim como eu,
Deixo os meus sinceros parabéns por terem, entre pedras e espinhos,
O dom de colher flores e frutos!

Um abraço!
Leandro Magrani

domingo, 9 de outubro de 2011

Um lugar seguro

Aconchego
Foi o que encontrei
Num lugar seguro
Que ficava nos seus braços.

Tão cálidos,
Tão macios,
Tão únicos,
Como um sorvete
Numa madrugada quente.

Leandro Magrani

Improgramável

Em marcar o tempo
Não há sentido.

A vida não tem um prazo de validade,
A vida não pode ser como um produto perecível.

Os momentos passam,
Mas nós ficamos.

Somos árvores;
Damos frutos,
Temos nossas flores,
Aguentamos a ação do tempo,
Passamos situações
E com o tempo,
Nós nos entregamos à ação do tempo.

Não podemos dividir a vida,
Tampouco as fases,
Pois assim como estações
Tudo é interligado:
O início, o meio e o fim!

Todas as horas são decisivas
Para um início,
Para viver o meio,
Para findar.

Sem programações

Leandro Magrani

sábado, 8 de outubro de 2011

Viral

Às vezes sou tomando por uma tristeza,
Uma tal melancolia,
Uma saudade,
Como uma doença viral
Que some por uns tempos
E volta
E incomoda
E reabri as feridas
E mantém as marcas
E faz com que nada se cicatrize.

Remédio?
Eu não o quero!
Leandro Magrani

domingo, 2 de outubro de 2011

Reflexões

Antes eu me perguntava: _ O que era certo?
E também me perguntava: _ O que era errado?
Depois, pensei em fazer e agir como diziam ser certo,
Mesmo não gostando de certos padrões,
De certas babaquices,
Caretices hipócritas ,
Entre outras merdinhas mais!
Eu fazia!
Sabe como é?
Não coma demais!
Não durma demais!
Não beba!
Não fume!
Não se misture!
Entre tantos outros nãos que me aconselharam!
Logo as minhas auto-cobranças ficaram mais intensas,
Pois eu pensava sobre que mundo queria de mim
E sobre o que eu deveria ser para o mundo.

Mas?
Que mundo?
O meu mundinho!
Hoje, beirando a idade que Balzac tanto comentou
(sobre as mulheres, é claro),
Vejo que sempre fiz o que era certo para outros,
O que era bonito para os outros,
O que era ideal para os outros,
O que era padrão para os outros.

Até que me libertei com os meus erros.
Sim, os meus erros!
Pois só eles me mostraram
O quanto era saboroso
(Sem querer ser apologético)
Acender um cigarro no fim da noite,
Uma boa dose de bebida no fim da tarde,
Um continuar a dormir no fim da manhã.
Um misturar-se com aqueles que são errantes,
Pois isso fez de mim o que sou hoje,
Errado ou não,
Mas sou eu.

E minhas histórias,
Não há quem as tire!
E minha vida,
Não há quem há viva!
E eu,
Sem mais
Ou com menos,
Não há o quem seja
Além de mim.
E assim concluo que hoje por mais que eu faça errado, eu estou certo por fazer as minhas escolhas!