Vou-me embora pra Lapa
Lá sou eu posso ser o rei
Terei a mulher que quiser
Nas camas que deitarei.
Vou-me embora pra Lapa
Aqui não sou feliz.
Acho que também não o seria lá,
mas lá não se percebe a felicidade ou a infelicidade alheia.
De tal modo inconsciente
Que João Francisco dos Santos
Se inspirou em filme para filme virar
E serei parente do filho abortado
Que nunca fui.
Não farei ginástica
Nem andarei de bicicleta
Fugirei dos burros brabos
E deixarei o pau-de-sebo para outrem!
No mar, curarei a ressaca
Passarei pelas ruas do Rio
Não pensarei na Feiticeira da água
Muita menos em História
Ou em meninos
Que são pais dos homens, tal
Como o Bruxo do Cosme Velho
Parafraseou pós Schopenhauer
Vou-me embora pra Lapa.
Na Lapa tem tudo
É outro mundo...
Tem vários meios de não parir
Tem celulares roubados
Tem álcool à vontade
Tem até moça de família
Se você peneirar.
E quando a deprê bater
Daquelas bem brabas
Quando a vontade de sumir
Voltar a me rodear
— Lá eu sou o rei —
Terei a mulher que eu quiser
Nas camas que deitarei
Vou-me embora pra Lapa (Vem comigo?)
Leandro Magrani.
Que sejam bem-vindos aqueles que apreciam poesia! Certa madrugada, encontravam-se quatro amigos discutindo literatura e expondo os seus pensamentos nada ébrios! Eis que pretensiosamente surge a ideia de que o pequeno, porém fervoroso, grupo expusesse seus devaneios concretos! E assim, nascia A Boca Que Pariu! Dedicado à Isabel Jerônimo, Adriano Fecher e o saudoso, mas sempre presente, José Marcos. Estamos na Rede! “O prazer engravida, mas só a dor faz parir.” Ruben Alves
Entre e descubra-nos!
"Descobrir o verdadeiro sentido das coisas é querer saber demais!" Fernando Anitelli
Nenhum comentário:
Postar um comentário